domingo, 27 de março de 2016

Mundo, seus conflitos, e o reflexo do nosso interior

Esse texto estava escrito desde o ano passado, no final de novembro, e esse é o momento de publicá-lo diante de tantos conflitos que temos observado no mundo...

[Sentado na sala de reuniões junto há alguns diretores, alguns colegas de trabalho, e ela. Ela é uma pessoa que tem influencia nessa organização, e sua opinião tem bastante peso. Durante a semana não foi possível chegar a um consenso, e por isso esse encontro foi inevitável.

Já tinha pesquisado, estava de posse das leis, conceitos, boas práticas, dialogado com outros profissionais, e inclusive havia encontrado uma solução para o problema. A razão mostrava que era preciso mudar para corrigir, mas a questão apontava diretamente para uma falha dela, algo que se prolongou por vários anos.

Conhecia bem o perfil dela, e nos bastidores tinha tentado contornar a situação de todas as formas, para evitar essa exposição, que foi inevitável. Tentei resolver com Ela, e muito inteligente que é, percebeu de cara o problema, mas aceitar implicava em dizer: eu errei. E por isso ela negou de todas as formas ilógicas. Então o caso que ia além da razão, estava lidando com o ego dos outros; eu que ainda tento dominar o meu próprio... rsrs

Você já se deparou com situações conflitantes? Certamente! Um pai, uma mãe, um irmão talvez. A sua cunhada, ou sua sogra. Você só queria resolver a situação, mas precisava fazer aquela pessoa cooperar com você. As vezes tudo é questão de comunicação, e quando você se permite ouvir, entender o lado do outro, o motivo da sua resistência, então esse mergulhar no mundo dessa pessoa, te permite compreendê-la. E após esse mergulho você enxerga pelos "olhos" dela, então daí em diante as suas palavras passam a ser ouvidas, e a solução chega mais fácil.

sábado, 12 de março de 2016

Diário de um ascendente

[Entre a dúvida e a hesitação há um profundo respeito pelas diferenças e pelos desafios de cada um. É certo que tem sido lento, mas assim tem sido muito mais seguro. Há muito apoio nesse aparente caminho solitário. Até onde a memória alcança, hoje vejo que em todas as adversidades que sugiram tudo sempre deu certo com a ajuda da "mão invisível".

Agora fez um ano que tudo começou, e quando olho para trás mal posso me reconhecer. O início foi uma força que parecia mais uma fúria. Mas essa "bruta" determinação foi bastante necessária e ao tempo foi ficando mais calma, mais branda, e não menos esforçada.

Muitas vezes lavei meus pés com as próprias lágrimas que escondia. Construi-me e destruí-me uma centena de vezes. Enquanto havia sincero esforço de ver o que estava  por debaixo do tapete, mais a personalidade arisca varria e tentava esconder o máximo. Lutei contra mim mesmo. Boicotei-me pelo menos umas mil vezes. Era doloroso reconhecer as sombras. Provei de muitos frutos que plantei. Mas era simplesmente extasiante decifrar os sussurros inaudíveis do espírito que sopra.

Eu que nada de sobrenatural vejo, e nem ouço, fechava os olhos a sentir para o vento soprar. Andei pela espreita observando e reconhecendo os vários sistemas ao nosso redor, e ao mesmo tempo buscando intensamente o que me faltava. Larguei crenças enraizadas, conheci muitas outras, e muito destas também tive que largar. E cada pessoa, cada livro, cada filosofia que encontrava e cruzava o meu caminho tinha uma parte do quebra-cabeça da verdade.

Muitos hábitos foram mudados. Coisas antes negadas ao coração foram feitas. Laços comprometidos no passado foram reparados. Memórias, muitas memórias, remotas memórias, foram recuperadas.

Em vão tentei suprimir o meu ego infantil. Quando deitava e olhava para o teto, pensava: Porquê? Porquê não amanheço com esta mesma consciência de agora? Mas ao acordar no outro dia estava lá, era preciso "domar" novamente. Mas com o tempo o que antes parecia uma luta, foi se enchendo de compreensão. Até que a resposta veio uma pergunta: Como pode "o ser" fugir da própria sombra? Não, suprimir não era o caminho, pois sentia que essa parte de mim também crescia, se transformava. Sim era possível mudar!