domingo, 27 de novembro de 2016

Conflitos e o coração da mente

[O conflito é algo que nos incomoda, ao ponto de querermos evitá-lo, e quanto maior o incômodo, mais profundo é o desejo de “apagar”. Mas na verdade o conflito é algo que clama por uma solução, um alívio, algo que resolva a situação de uma vez por todas!

Muitas vezes a aversão parece ser o caminho, porque de fato a primeira e única ideia que surge é rejeitar. Mas gostaria de te convidar para analisarmos outras possibilidades.

Antes de iniciar, gostaria de contar uma história. Um rapaz se aproximou de três amigos conhecidos, e ao apertar a mão de cada um deles, com a outra mão deu um leve tapa entre o ombro e as costas. Repetiu o ato com cada amigo, aplicando basicamente a mesma força em cada “tapa nas costas”. Os dois primeiros rapazes sorriram e foram muito receptivos, porém o terceiro amigo ficou chateado, mudou sua expressão, e por dentro estava muito contrafeito.

Vamos analisar juntos. Se dois primeiros rapazes, aceitaram tranquilos o cumprimento, e o terceiro não, então: quem ou o que cria o conflito? Pense um pouco. Acho que você já sabe o que é!

De fato nossa mente é muito criativa e produz muita coisa, mas somos nós quem decidimos nos agarrar a determinados pensamentos, dando-os força, e assim projetando positividade ou negatividade sobre nós mesmos e sobre os outros. Mas inconscientemente não fazemos isso por sermos bons ou maus, mas porque nos passa desapercebido, nos falta visão atenta e treinada.

Sou capaz de apostar com você que se tapar seus olhos com uma venda e lhe colocar em um lugar desconhecido, você ficaria perdido sem saber para onde ir, e muito provavelmente andaria em círculos. A não ser que você seja alguém dotado de “superpoderes”, que usa além dos olhos físicos não conseguiria achar o caminho de volta. Na verdade isso é tudo muito mais simples, e qualquer um de nós pode compreender: significa que não podemos acertar ou alcançar algo que não podemos ver.

Então para resolver o conflito precisamos vê-lo claramente. Se o rapaz do "tapa" estivesse mais atento poderia ter percebido que “estava com pressa, e o outro interrompeu, e desde o início já estava incomodado com a abordagem” ou “que tinha brigado com a namorada, e caminhava ansioso e irritado” ou “que estava tão triste, e a alegria do colega o incomodava”. Enfim, há uma infinidade de situações que passam despercebidas por nós, e que são as causas reais de muitas de nossas atitudes.

Se chegar uma pessoa muito brava, e gritando: “Ah! Você fez tudo errado! Está tudo feio!”. Se você não estiver bem, é muito provável que ocorra uma confusão grande! Mas se você estiver bem, equilibrado emocionalmente e mentalmente, é certo que você vai ouvir essas palavras e essa onda não vai mexer nem por um milissegundo com seu eixo. Pode responder: “Entendi. Mas eu acho que a gente pode melhorar! Você poderia me dizer de que parte não gostou? Podemos ver juntos? Você já tem alguma ideia de como ficaria melhor?”. Mas falando com sinceridade, sem demagogia, sem provocação, pois se forçar o outro vai sentir.

De toda forma repare que o conflito é criado dentro de nós. Dentro cada um. E é por isso prefiro a abordagem “in”(dentro) a abordagem “out”(fora). Porque sempre que mudamos a nós mesmos geramos uma onda ao nosso redor, e ao tratarmos os conflitos com positividade, a essência dos outros sinaliza a própria mudança deles. É o bom exemplo que inspira, mas o aprender é individual.

Por isso cultivar, no próprio coração da mente, a bondade amorosa nos ajuda a caminhar pela vida sem sentir o tão áspero que pode parecer o solo. E há uma história muito boa que explica isso.

“Um nômade que passou seus dias andando pelas montanhas era constantemente ferido pelo chão áspero e espinhoso por não ter sapatos. Ao longo de suas viagens, ele começou a coletar as peles de animais mortos e espalhá-las nos caminhos das montanhas, cobrindo as pedras e os espinhos. No entanto, mesmo com grande esforço, ele só conseguiu cobrir várias centenas de metros quadrados. No final, ocorreu-lhe que, se usasse algumas pequenas peles para fazer um par de sapatos, ele poderia andar por milhares de quilômetros sem nenhuma dor. Ao se limitar a cobrir os pés com couro, ele cobriu toda a superfície do planeta com couro.”

A boa notícia é que o conjunto da “nossa máquina” é capaz de ser treinada para ver essas coisas com mais clareza, assim como a bondade amorosa pode ser desenvolvida. Onde novamente chamo atenção para meditação consciente, onde há uma prática inicial muito simples e bastante útil. Consiste em dois passos: o primeiro é acalmar a mente, e o segundo é observar sem julgamentos como ela divaga. Não adianta se apegar a cada conflito, apenas observe sem rejeitá-lo. Se agitar, acalme a mente novamente.

No início esse exercício funciona enquanto você está sentado na meditação, mas com o tempo essa consciência vai sendo levada para sua prática de vida diária. Mas sobre essa parte vou deixar as palavras há um grande amigo, que na verdade eu ainda não tive oportunidade de contactá-lo, mas que temos uma forma similar abstrata e ao tempo concreta de aplicar as coisas…


Este post ficou um pouco extenso, mas necessário, e por isso peço que o leia outra vez um outro dia. Quando reler a segunda vez irá entender porque pedi isso. Grande abraço!

ascendente999@gmail.com]

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Olá! Como vai? Obrigado por sua visita.


*hash-code é apenas uma forma de preservar a integridade do texto. Refere-se ao md5 do texto entre colchetes "[ ]". Caso exista algum erro na escrita seria muito bom arrumar, certo? :) Muito obrigado.

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