sábado, 3 de dezembro de 2016

Entre a indignação e o amor

[Agora as denúncias vem de toda a parte, então uma vez que um é acusado vai entregando os outros. Isso não tem como parar, e assim a mesma mídia massiva passou a incluir o povo, que estava a margem do conhecimento, pois eles não tinham mais como contê-los. E a indignação é parte do processo de quem acorda agora e vê o quanto foi enganado. Embora seja natural essa revolta inicial, devemos seguir para o próximo passo, que é vencer o antagonismo, pois não há outro caminho para alcançar a sonhada paz, sem conflitos. A indignação é como um despertador, depois que você acorda não precisa mais dela. Você segue e não necessita de emoções destrutivas para construir um mundo melhor. Você já tem uma fonte muito melhor, de onde podem emergir as soluções criativas capazes de beneficiar a todos: o amor. Amor por você. Amor pelo seu povo. Amor pelo mundo. Experimente usá-lo e surpreenda-se.

ascendente999@gmail.com]

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Olá! Como vai? Obrigado por sua visita.

*hash-code é apenas uma forma de preservar a integridade do texto. Refere-se ao md5 do texto entre colchetes "[ ]". Caso exista algum erro na escrita seria muito bom arrumar, certo? :) Muito obrigado.

domingo, 27 de novembro de 2016

Conflitos e o coração da mente

[O conflito é algo que nos incomoda, ao ponto de querermos evitá-lo, e quanto maior o incômodo, mais profundo é o desejo de “apagar”. Mas na verdade o conflito é algo que clama por uma solução, um alívio, algo que resolva a situação de uma vez por todas!

Muitas vezes a aversão parece ser o caminho, porque de fato a primeira e única ideia que surge é rejeitar. Mas gostaria de te convidar para analisarmos outras possibilidades.

Antes de iniciar, gostaria de contar uma história. Um rapaz se aproximou de três amigos conhecidos, e ao apertar a mão de cada um deles, com a outra mão deu um leve tapa entre o ombro e as costas. Repetiu o ato com cada amigo, aplicando basicamente a mesma força em cada “tapa nas costas”. Os dois primeiros rapazes sorriram e foram muito receptivos, porém o terceiro amigo ficou chateado, mudou sua expressão, e por dentro estava muito contrafeito.

Vamos analisar juntos. Se dois primeiros rapazes, aceitaram tranquilos o cumprimento, e o terceiro não, então: quem ou o que cria o conflito? Pense um pouco. Acho que você já sabe o que é!

De fato nossa mente é muito criativa e produz muita coisa, mas somos nós quem decidimos nos agarrar a determinados pensamentos, dando-os força, e assim projetando positividade ou negatividade sobre nós mesmos e sobre os outros. Mas inconscientemente não fazemos isso por sermos bons ou maus, mas porque nos passa desapercebido, nos falta visão atenta e treinada.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Dualidade e ilusão da ignorância

[A pespectiva dualista é o resultado da desconexão ou separação entre o "eu" e o "outro". Nesse ponto de vista tudo que não é o "eu", se torna alvo potencial de "felicidade" ou "infelicidade". Em outras palavras a mente passa a projetar "positividade" ou "negatividade" sobre todas as coisas.

Agora imagine que nós passamos a vida enxergando e reforçando esse padrão neuronal, o "eu" e "outro", ou seja, buscando nos definir cada experiência vivida. Por um lado essa definição nos torna tão pequenos pois o mundo é tão vasto e grande. Por outro a vida pode se tornar uma competição pela "felicidade", para se conseguir "algo" antes que "outro" o pegue.

É como se o jardim de infância tivesse algumas crianças pulando no meio do salão tomando objetos e brinquedos umas das outras, algumas puxando pelos braços de outras, "ei vem brincar comigo", "não! vem comigo!". Algumas ficam bem bravas! Outras sorriem e correm! Mas espere... também há algumas crianças nos cantos. Olham com receio, parecem assustadas; aquilo tudo parece tão perigoso, "e se aquela criança me empurrar também", "eu gosto do meu brinquedo, e se me tomarem".

Quando tentamos nos definir, a nossa mente se torna pequena e limitada, e se perseguimos as pessoas ou coisas como fontes potenciais da felicidade e infelicidade, a vida se transforma em uma luta ou competição. Em ambos os casos é a ignorância que distorce a visão, e impede de ver as coisas como realmente são.

domingo, 3 de julho de 2016

Conforto e consolação

[Todo ser senciente é aquele capaz de experimentar o sofrimento ou alegria, mas sem dúvida o alvo de todos é a felicidade. Agora mesmo você poderia pensar em um sonho seu, imaginar esse desejo sendo realizado, e o que você faria. Talvez fechar os olhos por poucos segundos, e quando terminar observe o que está sentido.

Quando li recentemente sobre as "aflições mentais" ou "venenos" que são: a ignorância, o apego, e a aversão. Ficou bem entendido a questão do condicionamento mental como algo que nos limita a ver as coisas como elas realmente são, mas foi em uma meditação que me veio a ideia mais clara. Uma imagem de um homem bêbado acordando no chão da rua, e depois refletindo sobre essa "fotografia" que me veio a compreensão.

Você pode achar difícil de acreditar, mas esse homem bêbado que acordou no meio da rua, só quer ser feliz. Para experimentar a alegria ele precisa beber, aí fica eufórico, sorrir, e até canta. Mas quando o efeito do álcool passa, o vazio volta, mas ele já tem uma solução para isso: vai beber mais.

Até que um dia ele acorda, e ouve o sopro incessante do espírito, que mandou a imagem do seu filho. O homem senta na rua e chora, novamente vem a mente a ideia de beber para aliviar o sofrimento e trazer a "alegria", mas desta vez ele decide fazer um rumo diferente. Vai visitar sua família. Chegando em casa de sua mãe o enche abraços e beijos. Sua esposa em lágrimas passa a mão no seu rosto sofrido. Mas é no abraço do filho que o homem cai de joelhos.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Compaixão e compreensão

[Quando uso a palavra compreensão é o melhor sentido que encontro para descrever o estado compreensivo de entender a si próprio e aos outros de forma consciente e amorosa.

A palavra hebraica hamal e a grega splanchnisomai as vezes são traduzidas como compaixão conforme texto de David H. Engelhart ...

"... A palavra hebraica (hamal) e grega (splanchnisomai), às vezes traduzidas como 'compaixão' também têm um significado mais amplo, como 'mostrar pena', 'amar' e 'mostrar misericórdia.' Outros sinônimos próximos de compaixão em Inglês é 'ser amado por', 'mostrar preocupação com', 'ser compassivos', e 'agir com gentileza.'"

O termo tibetano nying-jay é traduzido como compaixão segundo a explicação de Yongey Mingyur...

"... A compaixão não significa apenas sentir pena das outras pessoas. O tempo tibetano — nying-jay — implica uma expansão absolutamente direta do coração. Provavelmente a tradução mais próxima de nying-jay seja 'amor' — mas um tipo de amor sem apego e sem nenhuma expectativa de obter algum retorno. A compaixão, em termos tibetanos, é um sentimento espontâneo de vínculo com todos os seres vivos. O que você sente eu sinto; o que eu sinto você sente. Não há nenhuma diferença entre nós."

Para não ficar desconecto, vou te pedir um pouco de paciência e já voltamos para compaixão. Tudo bem?

Toda experiência que temos resulta em um grupo de percepções: pensamentos, sentimentos e sensações.

Topas uma experimentação? Imagine que alguém chega até nós com uma linda flor e um sorriso sincero no rosto. Pensamos: "que pessoa boa", "nossa ela gosta de mim", "o dia está chovendo, mas é tão lindo". Sentimos: alegria, confiança, esperança na vida, etc. Sensações: coração caloroso, leveza, disposição, etc.

Agora imagine que essa mesma pessoa chega até nós com olhar hostil, e arremessando palavras com irritação. Qual seria nosso condicionamento mental? Por exemplo, pensamos: "que rude!", "que pessoa agressiva e incompreensiva!", "nossa e ainda está chovendo, é um mal dia! escuro e trevoso!". Sentimos: mágoa, tristeza, infelicidade, pouca esperança, etc. Sensações: coração apertado, peso, tristeza, etc.

Se o dia chuvoso estava tão bom! Porque o dia chuvoso ficou tão mal no outro dia? Oras! O dia é o mesmo e a natureza está lá bonita como sempre. A chuva continua limpando tudo, regando as plantas e enchendo os rios. Então o que mudou? O interior ou exterior?

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Destino, Partido e União

[Escrito em 16/05/2016...

É como se o desafio agora tivesse subido um degrau, e mesmo agora o caos o mental é mais brando, pois não afeta a emoção que está em constante equilíbrio. Isso é algo muito positivo, pois permite clarear as reflexões. Então vou contar uma breve história...

Estava no intervalo do almoço próximo a alguns colegas de trabalho, e certo momento peguei o celular para ver algumas "notícias". O colega ao lado vendo, brincou dizendo para os outros ouvir:

  1. Desde que ele comprou esse smartphone está muito mais feliz, vocês não acham? - disse ele com sorriso de menino travesso. E na verdade comprei usado e porque meu primeiro aparelho está com microfone falhando.
  2. Respondi: Graças a Deus estou muito feliz como reparou, mas não por causa da aquisição desse aparelho.
  3. Mas vocês não acham que ele tá mais feliz por conta desse celular? - insistiu na brincadeira rsrs ... pois eu era um dos poucos que não usava smartphone. Então disse:
  4. Meu amigo pense comigo: se o motivo da minha felicidade estivesse todo concentrado nesse aparelho o que aconteceria comigo se ao atravessar a rua alguém me retirasse ele? Ou de algum outro modo o perdesse? - Então a moça do lado respondeu:
  5. Ficaria muito deprimido e triste. - E complementei:
  6. Mas graças a Deus não é esse o motivo da minha alegria. - mas como um brincalhão insistente ele continuou, e fiquei só sorrindo e ouvindo ele divagar.

Tudo nesse mundo já existia antes da gente chegar, e tudo que é criado é derivado da natureza, vidro - areia, plástico - fóssil, aço e ferro - minérios, alvenaria - terra, janelas e portas - madeira. O homem não cria o principio, só transforma o que já existe. Também sabe que a carne perece e que seus dias nesse mundo são contados. Então poderíamos dizer que o ser humano na matéria tem tudo e ao mesmo tempo nada, concorda?

Tomando como base essa consciência, faz sentido se apegar a alguma coisa daqui? Não parece que a natureza que nos ensinar alguma coisa com isso? Qual o sentido da vida? O vento sopra e desmancha construções. O vulcão em erupção transforma a terra e cria ilhas. A terra treme e as pedras mudam de lugar. O mar dança redesenhando as curvas das praias.

sábado, 30 de abril de 2016

Apoiar o outro, Aprendizagens e Trocas de experiências

[Caminhava dentro do ônibus buscando uma cadeira para sentar, e me chamou atenção um rapaz ao lado da janela com um livro aberto e com olhar vago em direção a rua como se estivesse muito longe dali.

Engano meu, pois logo que sentar ao lado dele, voltou-se para mim esticando a mão e dizendo boa noite. Sorri de volta, cumprimentando, e reparei que carregava uma bíblia. Contudo fiquei em silencio, e assim fui indo.

Certo momento o rapaz começou a balbuciar: "respeito... respeito..." até que se voltou para mim e disse:

  1. "Irmão, o que é respeito?"
  2. Eu perguntei: A palavra "respeito"?
  3. "Sim isso, respeito" - disse ele.
  4. Respondi: Eu acredito que respeito é compreensão. É se compreender, e assim respeitar a si. Também compreender o outro e por isso respeitá-lo.
  5. "Glória ao pai irmão. Mas o mundo as pessoas não estão se respeitando! As pessoas do mundo estão fazendo coisas muito erradas.
  6. Respondi: Em seu tempo cada um vai achando seu caminho de encontro a Deus.
  7. "Mas irmão a salvação não é para todos." - e começou a recitar vários versículos e paginar. Percebi que estava cheia de textos marcados e sublinhados, e que estava diante de um rapaz dedicado.
  8. Então quando ele terminou de falar, perguntei: "Você acredita que Deus é perfeito?"
  9. "Claro irmão. Claro!"
  10. Continuei: Você acredita que Deus é perfeito, e sendo perfeito desistiria da sua criação? Desistiria de algum dos seus filhos?
  11. "Não irmão. Ele não desiste de nenhum de nós. O homem é quem desiste dele."
    Complementei: Somos nós que desistimos dos outros. Olhamos, e dizemos ou pensamos "Aquele ali não tem jeito não!" Mas Deus não desiste de nenhum, nunca.
  12. "Então o que você acha da salvação? Não existe a salvação?"
    Sorri para ele e disse: Penso que a salvação é coletiva. É nisso que acredito. - ficou uns cinco segundos em silêncio pensando e perguntou:
  13. "Irmão!! Mas você acha certo roubar?!"
  14. Respondi: Eu aprendi que roubar não é justo para com os outros. E é algo que cria negatividade: ódio, raiva, revolta, etc. Mas tem gente que acha que é uma opção melhor, e tem outros que acham que é correto, e ainda não aprenderam isso.
  15. "Irmão!! Mas você acha certo mentir?!"
  16. Respondi: Eu aprendi que mentir é algo que me traz um mal estar e pesa na consciência, e que falar a verdade cria confiança e deixa a alma leve. Mas tem muita gente que ainda acha que é a melhor opção, e alguns riem e acham que é muito divertido mentir, e ainda não aprenderam isso.
  17. "E o pecado irmão?"
  18. Continuei: As vezes as pessoas tem que experimentar algumas coisas até aprender. Conhece a estória da criança e da estufa?
  19. "Não conheço."

"Uma criança desejosa de tocar numa estufa, fa-lo-á tão rapidamente logo que ache oportunidade, apesar das ordens dos pais e da ameaça de um castigo. Porém, quando a criança tenha experimentado uma vez a dor da queimadura, reconhecerá que há uma íntima relação entre a estufa quente e o dedo queimado, e apartar-se-á da estufa. Os pais gostariam de proteger o filho contra o resultado de suas próprias loucuras, mas a natureza infantil insiste em aprender certas coisas por experiência..."

sábado, 16 de abril de 2016

Querer mudar o outro, Influências e o Exemplo

[Até que ponto é seguro, honesto, justo, saudável, positivo, benéfico, influenciar na vida dos outros? Essa tem sido a fina linha que tenho pisado, e tentado aprender a caminhar sobre ela e como funciona.

Senti que precisava muito escrever sobre esses aspectos. E nesse exato momento em que minhas mãos deslizam sobre as teclas eu estou aprendendo e organizando as ideias que choveram desde que a questão foi levantada.

No post anterior na citação de Prem Baba um foi princípio levantado...

"Ninguém tem o poder de mudar o outro, apenas a si mesmo. E a partir de si mesmo é possível inspirar o outro a mudar. Porém o ego quer ter poder. Ele acha que já sabe de tudo e que pode mudar o outro. Achar que sabe mais do que o outro e querer modificá-lo a partir das suas crenças é uma das maiores distrações do caminho espiritual."

Aqui parece-me que é uma questão de reconhecer a bagagem de experiência do outro. Reconhecer e respeitar que o outro também teve e tem suas experiências. Que assim como eu, o outro também construiu seu sistema de crenças. E também Stephen Covey disse algo parecido e concluiu...

"Ninguém pode convencer ninguém a mudar. Os portões da mudança só podem ser abertos de dentro para fora."

É o que a vida tem me ensinado também. Parece algo unanime: "não se pode mudar o outro", então apenas ele mesmo pode se modificar. Isso implica também que apenas eu posso me modificar. E José Saramago diz...

"Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro."

Respeito, mas também compreensão. Porque se eu quero mudar o outro, então estou incomodado com ele. Se faço isso, então é porque acho que estou certo, e ele está errado. Não é mesmo? Mas e se a pessoa quer continuar experimentando aquilo?

O agricultor planta a semente mas não ordena: "Cresça!", "Deveria já estar grande!", "Dê frutos agora!", "Dê frutos amanhã!"... ao invés disso volta no outro dia e vê a terra seca, joga um pouco de água para não "encharcar". Volta outra dia e olha novamente. Também não fica sentado e parado esperando a planta crescer, pelo contrário, ele sai porque sabe se pisar demais a terra vai endurecer, e a sua sombra vai impedir o sol banhe o solo com a luz. Ele também olha pro céu e vê que vem chuva, então sai porque não precisa interferir. E reza e pede que o plantio seja abundante, mas não sabe e nem exige qual semente irá dar frutos. O filho que anda com ele aprende por que vê o que o Pai faz, e talvez seja por isso que Mahatma Gandhi disse:

"Você deve ser o exemplo da mudança que deseja ver no mundo."

domingo, 27 de março de 2016

Mundo, seus conflitos, e o reflexo do nosso interior

Esse texto estava escrito desde o ano passado, no final de novembro, e esse é o momento de publicá-lo diante de tantos conflitos que temos observado no mundo...

[Sentado na sala de reuniões junto há alguns diretores, alguns colegas de trabalho, e ela. Ela é uma pessoa que tem influencia nessa organização, e sua opinião tem bastante peso. Durante a semana não foi possível chegar a um consenso, e por isso esse encontro foi inevitável.

Já tinha pesquisado, estava de posse das leis, conceitos, boas práticas, dialogado com outros profissionais, e inclusive havia encontrado uma solução para o problema. A razão mostrava que era preciso mudar para corrigir, mas a questão apontava diretamente para uma falha dela, algo que se prolongou por vários anos.

Conhecia bem o perfil dela, e nos bastidores tinha tentado contornar a situação de todas as formas, para evitar essa exposição, que foi inevitável. Tentei resolver com Ela, e muito inteligente que é, percebeu de cara o problema, mas aceitar implicava em dizer: eu errei. E por isso ela negou de todas as formas ilógicas. Então o caso que ia além da razão, estava lidando com o ego dos outros; eu que ainda tento dominar o meu próprio... rsrs

Você já se deparou com situações conflitantes? Certamente! Um pai, uma mãe, um irmão talvez. A sua cunhada, ou sua sogra. Você só queria resolver a situação, mas precisava fazer aquela pessoa cooperar com você. As vezes tudo é questão de comunicação, e quando você se permite ouvir, entender o lado do outro, o motivo da sua resistência, então esse mergulhar no mundo dessa pessoa, te permite compreendê-la. E após esse mergulho você enxerga pelos "olhos" dela, então daí em diante as suas palavras passam a ser ouvidas, e a solução chega mais fácil.

sábado, 12 de março de 2016

Diário de um ascendente

[Entre a dúvida e a hesitação há um profundo respeito pelas diferenças e pelos desafios de cada um. É certo que tem sido lento, mas assim tem sido muito mais seguro. Há muito apoio nesse aparente caminho solitário. Até onde a memória alcança, hoje vejo que em todas as adversidades que sugiram tudo sempre deu certo com a ajuda da "mão invisível".

Agora fez um ano que tudo começou, e quando olho para trás mal posso me reconhecer. O início foi uma força que parecia mais uma fúria. Mas essa "bruta" determinação foi bastante necessária e ao tempo foi ficando mais calma, mais branda, e não menos esforçada.

Muitas vezes lavei meus pés com as próprias lágrimas que escondia. Construi-me e destruí-me uma centena de vezes. Enquanto havia sincero esforço de ver o que estava  por debaixo do tapete, mais a personalidade arisca varria e tentava esconder o máximo. Lutei contra mim mesmo. Boicotei-me pelo menos umas mil vezes. Era doloroso reconhecer as sombras. Provei de muitos frutos que plantei. Mas era simplesmente extasiante decifrar os sussurros inaudíveis do espírito que sopra.

Eu que nada de sobrenatural vejo, e nem ouço, fechava os olhos a sentir para o vento soprar. Andei pela espreita observando e reconhecendo os vários sistemas ao nosso redor, e ao mesmo tempo buscando intensamente o que me faltava. Larguei crenças enraizadas, conheci muitas outras, e muito destas também tive que largar. E cada pessoa, cada livro, cada filosofia que encontrava e cruzava o meu caminho tinha uma parte do quebra-cabeça da verdade.

Muitos hábitos foram mudados. Coisas antes negadas ao coração foram feitas. Laços comprometidos no passado foram reparados. Memórias, muitas memórias, remotas memórias, foram recuperadas.

Em vão tentei suprimir o meu ego infantil. Quando deitava e olhava para o teto, pensava: Porquê? Porquê não amanheço com esta mesma consciência de agora? Mas ao acordar no outro dia estava lá, era preciso "domar" novamente. Mas com o tempo o que antes parecia uma luta, foi se enchendo de compreensão. Até que a resposta veio uma pergunta: Como pode "o ser" fugir da própria sombra? Não, suprimir não era o caminho, pois sentia que essa parte de mim também crescia, se transformava. Sim era possível mudar!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Batendo a porta interior - Escolhas...


[Outro dia pela manhã encontrei um amigo que fazia tempo que não o via. É um excelente músico e tinha futuro promissor, dedicação e talento reunidos, mas acabou tomando outros caminhos. E nisso passamos a manhã do sábado conversando, onde me contava sobre a possibilidade de montar um negócio novo.

Escutei a ideia do empreendimento e até sugeri algumas coisas. Mas determinado momento pediu-me para acompanha-lo em uma viagem a cidade vizinha onde ele possui uma pousada. Aceitei e assim fomos.

Chegando lá descobri que seu irmão o ajudava no negócio e a maioria dos hóspedes eram fixos, e isso permitia ele revezasse com o irmão meio expediente. O rendimento era muito bom cobrindo com folga todas necessidades materiais para sua família.

Em seguida chamou-me para conhecer sua casa. Chegando lá pegou o instrumento de sopro para me explicar algumas coisas.

- Você pratica todo dia?

- "Pois é, eu deveria. Mas você acredita que já fazem dois meses que não toco."

- As pessoas as vezes te pedem para tocar alguma música?

- "Sim, e minha vó falecida sempre me pedia para tocar uma música para ela"

- Poderia tocar essa música da sua avó?

- "Claro!" - Então uma linha música foi tocada.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Natureza - Índios do Xingú


Essa reportagem mostra a ação de alguns índios do XINGÚ que vão para interior de São Paulo todos os anos. Achei muito interessante pois saem do lar para vir até próximo de nós para mostrar seu estilo de vida. O depoimento do índio mais velho no inicio e no final do vídeo vale apena assistir. Deixei a legenda ativada pois se não falar português ou não entender algumas gírias vai facilitar.



Evoluímos sim intelectualmente, mas a conexão e respeito pela com a natureza é o exemplo que fica. O desafio é conciliar conforto com simplicidade e respeito a natureza.

Você também pode ler um pouco mais sobre os índios do XINGÚ aqui:

http://pib.socioambiental.org/pt/povo/xingu

Grande abraço.
ascendente999@gmail.com