sábado, 16 de abril de 2016

Querer mudar o outro, Influências e o Exemplo

[Até que ponto é seguro, honesto, justo, saudável, positivo, benéfico, influenciar na vida dos outros? Essa tem sido a fina linha que tenho pisado, e tentado aprender a caminhar sobre ela e como funciona.

Senti que precisava muito escrever sobre esses aspectos. E nesse exato momento em que minhas mãos deslizam sobre as teclas eu estou aprendendo e organizando as ideias que choveram desde que a questão foi levantada.

No post anterior na citação de Prem Baba um foi princípio levantado...

"Ninguém tem o poder de mudar o outro, apenas a si mesmo. E a partir de si mesmo é possível inspirar o outro a mudar. Porém o ego quer ter poder. Ele acha que já sabe de tudo e que pode mudar o outro. Achar que sabe mais do que o outro e querer modificá-lo a partir das suas crenças é uma das maiores distrações do caminho espiritual."

Aqui parece-me que é uma questão de reconhecer a bagagem de experiência do outro. Reconhecer e respeitar que o outro também teve e tem suas experiências. Que assim como eu, o outro também construiu seu sistema de crenças. E também Stephen Covey disse algo parecido e concluiu...

"Ninguém pode convencer ninguém a mudar. Os portões da mudança só podem ser abertos de dentro para fora."

É o que a vida tem me ensinado também. Parece algo unanime: "não se pode mudar o outro", então apenas ele mesmo pode se modificar. Isso implica também que apenas eu posso me modificar. E José Saramago diz...

"Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro."

Respeito, mas também compreensão. Porque se eu quero mudar o outro, então estou incomodado com ele. Se faço isso, então é porque acho que estou certo, e ele está errado. Não é mesmo? Mas e se a pessoa quer continuar experimentando aquilo?

O agricultor planta a semente mas não ordena: "Cresça!", "Deveria já estar grande!", "Dê frutos agora!", "Dê frutos amanhã!"... ao invés disso volta no outro dia e vê a terra seca, joga um pouco de água para não "encharcar". Volta outra dia e olha novamente. Também não fica sentado e parado esperando a planta crescer, pelo contrário, ele sai porque sabe se pisar demais a terra vai endurecer, e a sua sombra vai impedir o sol banhe o solo com a luz. Ele também olha pro céu e vê que vem chuva, então sai porque não precisa interferir. E reza e pede que o plantio seja abundante, mas não sabe e nem exige qual semente irá dar frutos. O filho que anda com ele aprende por que vê o que o Pai faz, e talvez seja por isso que Mahatma Gandhi disse:

"Você deve ser o exemplo da mudança que deseja ver no mundo."

Vejamos: Respeito, compreendo o outro, e sei que posso me modificar. A imposição negativa cria dureza, mas o exemplo ensina. O que acha?

Nesse exato momento em que escrevo. Meu coração está em chamas maravilhosas. Parei um pouco de escrever, para sentir. Mas continuando...

O exemplo. E como era que Jesus ensinava? Quando andava e a multidão o seguia, ele parava e sentava, e quando lhe perguntavam o que fazer, ela contava uma história ou estória. E o que é uma história senão um exemplo? Ele ensinava através do exemplo. Rapidamente...

Perguntaram: "Quem é o meu próximo?", resposta: "Certo homem descia de Jerusalém para Jericó..." (parábola do samaritano)

Para ensinar também contou sobre a ovelha perdida, ajudou o centurião, entrou na casa de Levi, etc. Mas não disse: Não sejam preconceituosos! E sim deu o exemplo.

Utilizava o também do exemplo dos outros para ensinar como a história da viúva. Assim como em muitas e muitas situações respondia jogando uma pergunta de volta, como no dia que sua família o procurou. E mesmo quando dava sua opinião utilizava exemplos, como no texto da tradução abaixo...

"Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. As pessoas acendem uma lâmpada e a colocam, não debaixo de um cesto, mas em cima de um suporte, e ela brilha sobre todos na casa. Do mesmo modo, deixem brilhar sua luz perante os homens, para que vejam suas boas obras e deem glória ao seu Pai..." (Mateus 5:14-16)

"Para que vejam suas obras", o exemplo. Novamente o exemplo, mas sem vaidade, pois onde está a glória ou mérito?

Essa linha fina, tão sutil. É nela que é desafiador caminhar. Entre o ajudar, e o influenciar, e a compreensão de ser apenas um apenas um facilitador, um companheiro, um amigo...

Pois vejam o que Jesus disse e fez quando insistiam de o chamar de Mestre...

"Depois de lhes ter lavado os pés, tomou as suas vestes e, pondo-se de novo à mesa, perguntou-lhes: Compreendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre, e Senhor, e dizeis bem; porque eu o sou. Se eu, pois, sendo Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros; porque vos dei exemplo, a fim de que, como eu fiz, assim façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou." (João 13:12-16)

Seria interessante chegar em um grupo e ver todos na mesma altura. Aprendendo e sorridentes, e ficar "intrigado" com quem é aluno e quem é professor, pois todos estão abertos a compreensão.

Intenção. A intenção real e verdadeira. Primária e original. O motivo real e não o ilusório. Essa é uma das chaves.

Estou feliz. Parece que tudo ficou mais claro agora. Vou reler depois para refletir.

Grande abraço.

ascendente999@gmail.com]

--
Hash-Code: e0aa11803b8c127d8dfbe80893bc650b
Link-Ref: https://aprensinando.blogspot.com.br
--
Olá! Fico feliz por sua visita.


*hash-code é uma forma de preservar a integridade do texto. Refere-se ao md5 do texto entre colchetes "[ ]". Caso exista algum erro na escrita seria muito bom arrumar, certo? :) Muito obrigado. 

2 comentários:

  1. Essa ilustração da semente é profundamente significativa para min, foi muito bom ter passado aqui e ter visto essas informações que movem a nossa mente a pensar mais no outro e ver que a melhoria melhor no mundo é aquela que realizamos em nós.

    ResponderExcluir